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Os sete hábitos do usuário Linux eficiente

Completando e complementando, segue na íntegra, lista com Os sete hábitos do usuário Linux eficiente, publicados no blog do Cid Andrade. Versão “inspiradora” em inglês aqui.

*ATUALIZADO 21/05/2008. Obrigado Leonardo Fontenelle e Celso Fernandes.

1. Nunca permanecer logado como “root”

Esta é uma dica valiosa. Muitas bobagens podem ser feitas (em qualquer sistema operacional) quando o utilizamos logados com poderes de super-usuário. Um comando mal escrito é o suficiente para causar um grande estrago. Portanto

* Use “su” ou “sudo” para executar alguma tarefa administrativa – e somente quando isso for imprescindível – e feche a sessão assim que possível.
* Se for inconveniente trabalhar no modo texto, execute algum programa gráfico com “gksu”, “gksudo” ou “kdesu”. por exemplo, pressione + e digite “gksudo nautilus /tmp/”. Feche a aplicação assim que completar a tarefa.

2. Forneça nomes convenientes a seus arquivos

Em Linux você pode utilizar virtualmente qualquer caractere no nome de um arquivo. Mas nem todos são convenientes e podem trazer problemas na hora de serem utilizados. Então

* Utilize somente caracteres alfanuméricos (preferencialmente minúsculos), ponto, hífen e sublinhado.
* Fuja incondicionalmente de símbolos como porcentagem, cifrão, chaves e colchetes. Eles têm significados especiais e podem causar má interpretação
* Edite o seu arquivo FSTAB, inserindo UTF-8 nos parâmetros. Exemplo: defaults,utf8,umask=007,gid=46 0
O utf-8 oferece a possibilidade de se utilizar acentuação em seus arquivos.

3. Mantenha o diretório /home em uma partição distinta

O diretório /home mantém dados pessoais dos usuários. Se ele estiver em uma partição em separado, você pode ficar à vontade para fazer reinstalações do sistema operacional, basta não formatar esta partição. A próxima versão do Ubuntu (8.04) deve permitir fazer uma reinstalação sem sobrescrever este diretório, mas ainda é uma boa prática mantê-lo em separado. Se necessário, consulte o Ubuntu Blog para ver como mover o /home para uma partição exclusiva. Esta idéia também pode se aplicar a outras diretórios como /Músicas ou /Vídeos

4. Gerencie eventuais travamentos

O Linux é muito robusto e estável, mas é possível que você depare-se com situações de travamento. Particularmente, eu nunca assisti a um travamento do sistema operacional em si. Mas programas isolados podem travar e começar a utilizar recursos de forma predatória. O hardware também prega suas peças de vez em quando. E ações inapropriadas de usuários – especialmente quando com poderes de root – também podem ser perniciosas. Mas não pressione o CTRL+ALT+DEL em vão. Nem aperte o botão de Ligar/Desligar de seu computador. Tente seguir estes passos

* Mantenha um item de “Fechar Forçado” em seu painel (as barras no topo ou no base de seu desktop). Se um aplicativo travar, clique neste item e depois sobre o aplicativo desobediente, terminando-o
* Abra um terminal e digite “ps -A | less” ou um “top”. Procure o número do processo (PID) que deseja fechar e mate-o com um “kill -9 PID”
* Use o “killall”, como um “killall firefox”
* Utilize “ALT+F2”, digitando na janela “xkill” e clicando na aplicação travada.
* Se a interface gráfica estiver comprometida e não for possível abrir um terminal, pressione CTRL+ALT+F1, abra uma nova sessão e siga os dois passos anteriores por lá
* Se a solução for reinicializar a interface gráfica, tente fazê-lo com as teclas CTRL+ALT+BACKSPACE
* Se nada estiver funcionando e reinicializar o sistema completo for a única saída utilize o CTRL+ALT+F1, abra uma nova sessão e use o CTRL+ALT+DEL nesta sessão
* Se você chegou até aqui é que a situação deve estar realmente crítica. Mesmo assim, ainda há um passo antes do botão de Liga/Desliga. Utilize as teclas de emergência ALT+PRINT SCREEN+O para desligar o sistema ou ALT+PRINT SCREEN+B para reiniciá-lo. Conheça outras teclas de emergência no Wiki em português do Ubuntu ou tente o último recurso.

5. Teste até se encontrar

Um amigo pode ter lhe influenciado a escolher determinada distribuição ou interface gráfica do Linux. Provavelmente terá sido uma opção que funcionou bem para ele. Mas, e para você? Pode ser que exista outra opção mais produtiva. Veja o Ubuntu, por exemplo: usuários “clean” gostam da interface Gnome padrão, os mais habituados a interfaces de outros sistemas operacionais preferem o KDE do Kubuntu, quem tem equipamento mais modesto tem de se virar com XFCE do Xubuntu, estudantes do ensino fundamental podem gostar do Edubuntu, quem trabalha com multimídia prefere o Ubuntu Studio e assim por diante. Então, faça experiências. Você pode utilizar uma partição somente para testes, um computador ou mesmo utilizar um virtualizador para isso.

6. Adote a Interface em Linha de Comando (modo texto)

Sim, a interface gráfica facilita – e muito – a nossa vida. Eu posso passar dias sem utilizar uma interface em linha de comando. Mas o poder e a flexibilidade que este tipo de interface oferece é inigualável. Muitas tarefas que dependem de múltiplas janelas e cliques podem ser executadas com um único comando. Aprenda cada dia um pouco mais sobre a interface em linha de comando.

7. Esteja sempre pronto para utilizar o Linux

Sabe quando seu amigo pede para que você faça algo no computador dele – que só tem outros sistemas operacionais – e você sabe que tudo seria mais fácil se estivesse usando Linux? Então mantenha por perto uma opção para utilizá-lo. Pode ser uma versão que execute de um CD ou de um pendrive, mas pode ser sua salvação. Já tive um amigo cujo computador travou, executou um aplicativo de verificação de disco e removeu um certo diretório da máquina dele – o diretório /Windows. O computador estava operacional, mas sem a interface gráfica, algo abominável para alguém como ele. Um Linux que rodava a partir de um disquete e uma unidade de backup externa foi o que eu precisei para preservar todos seus arquivos, embora eles tenham perdido seus nomes longos. Até mesmo um software antivírus executado de um pendrive com Linux pode quebrar um bom galho.

8. Um passo além

Eu gostaria de adicionar mais um item à lista. Ajudar novatos também é muito bom. Não apenas para fazer uma “boa ação”. Mas novatos costumam trazer desafios que nos obriga a estudar ainda mais e crescemos com isso. E esse novato ainda vai crescer e quando menos esperarmos, irá nos ensinar alguma coisa.

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